
Descubra o que é a cetamina, seus usos médicos para depressão e anestesia, benefícios, riscos e regulamentação no Brasil. Saiba como ela funciona e por que seu uso recreativo é perigoso.
A cetamina é uma substância fascinante, usada há décadas como anestésico e, mais recentemente, como tratamento inovador para depressão resistente. No entanto, seu uso recreativo traz sérios riscos à saúde. Neste artigo, explicamos o que é a cetamina, suas indicações, benefícios, riscos e como ela é regulamentada no Brasil.
O que é a cetamina?
A cetamina (ou ketamina) é um anestésico dissociativo desenvolvido nos anos 1960 como alternativa à fenciclidina (PCP). Sua fórmula, C13H16ClNO, atua nos receptores NMDA do cérebro, influenciando memória, dor e neuroplasticidade. Diferentemente de outros anestésicos, mantém a respiração e a função cardíaca estáveis, sendo ideal para emergências médicas e procedimentos veterinários.
Além de seu uso como anestésico, a cetamina ganhou destaque na psiquiatria por sua ação rápida no tratamento de depressão resistente e ideação suicida, oferecendo esperança a pacientes que não respondem a terapias tradicionais.
Palavras-chave relacionadas: ketamina, anestésico dissociativo, depressão resistente, escetamina, tratamento psiquiátrico.
Para que serve a cetamina? Usos médicos
A cetamina tem aplicações variadas, tanto em humanos quanto em animais. Veja os principais usos:
1. Anestesia em medicina humana e veterinária
- Medicina humana: Usada em emergências (traumas, queimaduras) e cirurgias em locais com poucos recursos, como zonas de conflito.
- Medicina veterinária: Conhecida como “anestésico de cavalo”, é comum em cirurgias de animais como cães, gatos e roedores.
2. Tratamento de depressão resistente
A cetamina, em doses subanestésicas, é uma revolução na psiquiatria:
- Depressão refratária: Alivia sintomas em horas, ao contrário de antidepressivos tradicionais, que levam semanas.
- Ideação suicida: Reduz pensamentos suicidas rapidamente, sendo uma ferramenta vital em crises.
- Outras condições: Estudos exploram seu uso em transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade e fibromialgia.
No Brasil, a escetamina (Spravato®), um derivado da cetamina, foi aprovada pela Anvisa em 2020 para depressão resistente, administrada como spray nasal em clínicas especializadas.
3. Controle de dor crônica
A cetamina modula a sensibilidade à dor, sendo usada em casos como fibromialgia e dores neuropáticas refratárias.
Dica de leitura: Saiba mais sobre tratamentos para depressão.
Como a cetamina funciona no cérebro?
A cetamina age no sistema glutamatérgico, diferente dos antidepressivos que focam em serotonina ou dopamina. Ela estimula a produção de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), promovendo a regeneração de neurônios e novas conexões sinápticas. Isso explica sua ação rápida na depressão, “reconstruindo” circuitos cerebrais danificados.
Curiosidade: É é uma das poucas substâncias capazes de oferecer alívio em horas para depressão grave, segundo estudos publicados na SciELO Brazil.
Riscos e efeitos colaterais da cetamina
Embora segura em ambientes médicos, a cetamina tem riscos, especialmente quando usada sem supervisão.
Efeitos colaterais no uso médico
- Cardiovasculares: Aumento temporário da pressão arterial e frequência cardíaca.
- Neurológicos: Sensação de dissociação, alucinações leves, confusão ou tontura.
- Outros: Náuseas, vômitos ou desconforto no local da injeção.
Riscos do uso recreativo
O uso recreativo, frequentemente em forma de pó inalado, é ilegal e perigoso:
- Overdose: Pode causar depressão respiratória, convulsões ou morte.
- Dependência: Uso crônico leva à dependência química e psicológica.
- Danos físicos: Cistite, lesões na bexiga e toxicidade em órgãos.
- Efeitos psicológicos: Quadros psicóticos, perda de memória e danos cognitivos.
- Interações perigosas: Combinações com álcool ou MDMA aumentam riscos graves.
Alerta: Casos de overdoses fatais, como de figuras públicas, reforçam os perigos do uso recreativo.
Uso prolongado
O uso contínuo pode levar à tolerância, exigindo doses maiores e aumentando riscos. Por isso, o tratamento psiquiátrico é feito em curtos períodos, com supervisão.

Regulamentação da cetamina no Brasil
No Brasil, a cetamina é uma substância psicotrópica (classe B1) controlada pela Anvisa, exigindo receita azul para uso médico. A escetamina (Spravato®) é aplicada em clínicas com monitoramento por pelo menos duas horas após a dose. O uso recreativo é ilegal, e o desvio de cetamina (como de clínicas veterinárias) é um problema crescente.
Fonte confiável: Anvisa – Regulamentação de medicamentos controlados.
Cetamina: Revolução médica ou perigo?
A cetamina é uma ferramenta poderosa na medicina, especialmente para depressão resistente, mas seu uso recreativo é um risco à saúde pública. Benefícios incluem alívio rápido de sintomas psiquiátricos e analgesia em emergências. Riscos envolvem dependência, danos físicos e psicológicos no uso indevido.
Dica prática: Se você considera a cetamina para depressão, consulte um psiquiatra especializado. Evite o uso recreativo e busque informações confiáveis.
Conclusão
A cetamina é uma aliada valiosa na medicina, mas exige uso responsável. Seu potencial para tratar depressão resistente e ideação suicida é revolucionário, mas o abuso recreativo pode ser fatal. Para aproveitar seus benefícios, a supervisão médica é essencial. Converse com um profissional de saúde e evite riscos desnecessários.